QUEM NOS ROUBOU?

A Copa está aí e junto dela um caminhão de problemas que os brasileiros resolveram enxergar justo agora, no momento da nossa festa. Ao contrário da maioria dos brasileiros, me encontro totalmente a favor dessa celebração do futebol. Não vejo como egoísmo meu, por talvez não pertencer à classe desfavorecida, que vive sem educação, saúde e outros trilhões de direitos que cada cidadão tem que possuir através da nossa Constituição. Ao contrário, observo uma hipocrisia enorme desses cidadãos que gritam aos quatro cantos que o dinheiro investido na Copa poderia ser empregado para melhorar a condição de vida de nós brasileiros. Concordo que esse dinheiro seria muito bem-vindo. Não é de hoje, e nem de ontem, que o sistema educacional do nosso país está uma vergonha e a saúde a mais precária possível. É, sim, lamentável a condição de vida da maioria dos brasileiros que possuem problemas que poderiam ser resolvidos pelos nossos governantes, e que são direitos de cada um. Mas, e a Copa? O que tem a ver com isso? Sim, há muito dinheiro investido para a realização desse evento, dinheiro esse que mudaria a situação deprimente de cada um de nós, filho da pátria amada. Mas o problema é que ele nunca chegará às mãos dos nossos governantes para este fim e não é por culpa da Copa, é por culpa das autoridades que escolhemos para nos representar.

Há uns cidadãos querendo transpassar a ideia de intelectuais e revolucionários, e por não terem argumentos plausíveis para lutar por melhoras, se apegam aos discursos mais acessíveis. Apoio pessoas revolucionárias, que estão sempre em busca do melhor para todos, mas que isso seja feito de forma coerente, justa e principalmente na hora certa, na hora de votar. Afinal quem muito diz e nada faz para mim se iguala aos políticos cheios de promessas que nunca cumprem.

A Copa acontece nesse ano, e os problemas encontrados nos acompanham há muito mais tempo, e a culpa disso tudo é das pessoas que ficam apenas a reclamar da situação que vivem, mas hora nenhuma pensam em votar diferente, ou muito menos entrar para a política e começar a fazer diferente - quem quer mudança, faz acontecer.

Por isso, há de se entender que futebol vai muito além de um simples jogo, é a pulsação de emoção que une cada um de nós brasileiros a gritar e torcer traduzindo assim a nossa alegria representada em cada grito de GOL.

Valentina Rangel de Almeida, estudante de Publicidade e Propaganda – Universidade Vila Velha - ES